sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Chuva, chuva, chuva



Chuva, chuva, chuva... Ainda não é hoje que a máquina pode entrar na vinha. Paciência. "Lá se há-de fazer, lá se há-de fazer", e faz-se mesmo! Nunca fica nada para trás... Bom, mas eu, com esta excitação de querer ver tudo já feito, gostava de ter deixado alguma coisa adiantada... A impaciência da vida da cidade, é o que é! A vinha devia ficar plantada até ao fim de Março. Mas vai ficar! Paciência! Muita paciência!... Hoje regressamos a Lisboa. Cá voltarei em breve.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Vida nova para três vinhas

Rebolal

Portela

Torgão

Era um pecado, um crime, uma pena, eu sei lá, deixar perder estas três vinhas com tanta história e que tão generosas foram ao longo dos anos. Por isso, mãos à obra: comecei ontem as diligências para recuperar as três vinhas quase moribundas das Cheiras (aqui diz-se assim: "Tcheiraze" ;-)): por ordem de proximidade da aldeia, Portela, Rebolal e Torgão. Fui lá ontem espreitá-las com o Reis, que sabe da coisa e vai dar uma boa ajuda. Duas estão mesmo perdidas, o Torgão e o Rebolal, a outra talvez se aproveitasse alguma coisa mas mesmo assim o mais lógico é arrancar tudo e plantar de novo nas três. Também fomos ver as duas vinhas do Reis, que estão um regalo, bem tratadas e bonitas, e que, sendo relativamente pequenas, rendem que se fartam! Este sítio das Cheiras, a meio caminho entre V. de Janeiro e Nozedo, é dos mais bem expostos do concelho (dizem...), todas as vinhas se encontram num imenso planalto de encostas confluentes, imponente e tranquilo, com uma exposição solar ao que dizem privilegiada. Vai-se começar pelo Rebolal, com a ajuda do Reis e do Zé António, primo da Lena, que vão fazer o grande favor de ajudar à operação. Para começar, ontem já falámos com o homem da máquina que vai arrancar as cepas velhas. Combinámos ele ir lá hoje, mas afinal a chuva não deixou e vou ter de pedir ao Reis para falar com ele para lá ir noutro dia. Vai ter que ser rapidamente, porque os bacelos novos devem ser plantados o mais depressa possível. Bom, depois de arrancar as cepas velhas a terra tem de ser lavrada (surribada? não sei, ontem ouvi este termo ao Reis, não tenho a certeza se se "aplica" neste caso...), vai lá fazer o trabalho o Zeca, tem um tractor bom para esse serviço, grande e potente. Também lhe pedi para trazer as cepas velhas aqui para perto de casa, é boa lenha para a lareira e é pena deixá-la lá a estragar... Depois volta a entrar em cena o Reis, que vai arranjar os bacelos em S. Pedro Velho ou na Fradizela. Entretanto, já falei com os pais de um senhor de Curopos que vai fornecer o estrume (os pais chamam-se D. Carolina e Sr. Delfim, casal muito simpático e bons conversadores, tirei-lhes umas fotos), o Reis lá lhe dirá quando. E pronto, depois é esperar que tudo corra bem e nesse caso repetir a operação nas outras duas vinhas no próximo ano. Para já, vamos plantar bacelos bravos, não enxertados, tem que se esperar um ano até se poder enxertar: Touriga, Bastardo e Tinta Roriz são, em princípio, as castas escolhidas. Daqui a 4 ou 5 anos esta vinha (para já) talvez comece a dar uvas que se vejam. Da próxima vez que cá vier, vou falar com o Eng. Silva da zona agrária de Vinhais, para saber o que é preciso para fazer uma reconversão do resto da vinha.