domingo, 17 de setembro de 2006



Para não me esquecer: outra fotografia da nossa poetisa que encontrei agora. Foi tirada na Páscoa de 2002, ainda na casa velha, na Abseda (alguém me pode dizer como é que esta palavra se escreve?) Para completar a informação que devia ter dado no post em que aparece o poema, é necessário dizer que este surge integrado numa recolha de textos, fotografias e outros trabalhos, publicada em 1998 como resultado dos trabalhos do curso nocturno de ensino recorrente realizado em Vale de Janeiro. Aqui ficam os nomes dos participantes: Francisco dos Anjos, Gustavo Manuel C. Vaz, Idalina C. Fontes, Maria Alice R. Diegues, Maria Goreti D. F. Reis, Marília Conceição Rodrigues, Orlando da Cruz Vaz, Teresa da Conceição Campião, Urbana do Nascimento. E já agora os nomes dos formadores: Alexandrina Rosa Batista Gomes, Artur Jorge Pereira dos Santos Marques, Fernanda Manuela Serra Lima. O contributo de todos, como se pode ler na introdução deste livrinho, "permite um conhecimento mais profundo de uma aldeia isolada, mas muito rica em património humano e natural".

No post sobre a enxertia, faltavam duas fotografias essenciais: a do Manuel, artista do corte e da incisão mágica (tenho uma foto dele algures, mas não a consigo encontrar, na próxima viagem à terra tenho de corrigir esta falha...) e a da vinha onde foi praticado o acto... Aqui vai então a segunda...

Há muito tempo


Há muito tempo
Que eu ando a perguntar
A história de Vale de Janeiro
Mas não ma quiseram contar...

Mas agora já começo a saber
Vale de Janeiro já foi Vila
Mas o Rei deixou-a esquecer

E cá tem o seu castelo
É de única beleza
Não vai para a ruína
Porque é de natureza

Também cá viveram mouros
Disso eu ouvi falar
Deixaram os seus encantos
Na janela a espreitar
Uma panela cheia de ouro
E uma mulher a fiar

Já cá houve curiosos
Que quiseram espreitar
Mas eram tantos os insectos
Não os deixaram passar!

Teresa Campião

PS Na foto, a autora em Paris no Natal de 2002. Chique, hein?

Enxerto (continuação)




Enxerto - User's Guide






Também na Páscoa de 2002, apanhei por acaso uma enxertia numa vinha (do Armando, penso) perto do cemitério. As fotografias não estão grande coisa mas ao menos permitem aos leigos (como eu) ver como se faz uma enxertia (tem um nome, mas eu não me lembro, acho que é "de estaca"). Aprendam, seus ignorantes meninos da cidade. As uvas, as batatas, as couves, o vinho que vocês consomem vêm de algum lado, dão trabalho a produzir e exigem engenho, arte e dedicação. Pena que às vezes o esforço não seja devidamente recompensado. Voltarei a este assunto lá mais para diante, talvez para apresentar a minha "utopia" para o concelho de Vinhais. Seguem para já 2 fotos porque isto publica-as fora de ordem e o que é engraçado é perceber a sequência da operação. Resta dizer que o artista, e isso é o mais importante, é o Manuel.

Três galinhas a cantar, vão pró campo passear...


Esta não podia deixar de publicar... O trabalho que deu andar atrás das bichas, lembram-se? Foi na Páscoa de 2002.

sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Fotografia

Informações para os nossos estimados leitores: este "alojador" de blogues (Blogger) tem muitas qualidades (é simples, tem uma apresentação bonita e clara, é de borla), mas tem uma lacuna: não permite criar álbuns de fotografias. Além disso, algumas das fotografias que gostava de publicar têm pessoas (lógico!) e eu não sei se essas pessoas me autorizariam a publicar na net, em "sinal aberto", por assim dizer, sem restrições, as fotografias em que elas aparecem. Por estas duas razões, uma técnica, a outra deontológica, decidi criar no Flickr um grande álbum (eu gostava que fosse grande, a ver vamos...) sobre Vale de Janeiro (em sentido amplo claro, vai desde férias a festas e bailaricos, idas ao rio, retratos, etc, etc) , dividido por temas (Festa 2006 é o primeiro) e que só será acessível (penso que através de uma password) a pessoas que nós convidemos: a família, claro, alguns amigos. Assim que a Mariana me passar os vossos endereços e-mail receberão os respectivos convites. Isto significa que não será um espaço público. Significa, por outro lado, que a maior parte das fotografias que tenciono publicar passarão pelo Flickr e não por este blogue, ok?


Vamos finalmente falar um pouco da história de Vale de Janeiro. Não há muitos dados nem informações, sobretudo em relação aos tempos mais remotos, mas o que se sabe é que Vale de Janeiro foi sede de Tenência, mesmo antes de Vinhais. Passo a citar a Wikipédia: "Tenência era uma das 3 divisões do feudo. Era de uso dos servos, para a sua agricultura de subsistência". Nesses tempos daqui saíam as ordens até Terras de Monforte (Chaves) e Bragança. Por isso mesmo, esta localidade foi uma das mais poderosas desta área. Um artigo muito interessante de "O Primeiro de Janeiro" de 20 de Julho deste ano acrescenta a seguinte informação: “Em tempos que remontam à formação da nacionalidade, Vale de Janeiro já administrava um vasto território que se estendia desde o antigo concelho de Monforte até ao de Bragança. O Castelo do Terra Tenente, representante régio e suprema autoridade local estaria mal situado para a função de domínio e gestão, pois localizava-se no extremo sudoeste da circunscrição, em terreno de Vale de Janeiro. Pensa-se que, por este motivo, os primeiros reis tivessem procedido ao povoamento de outra povoação conhecida por S. Facundo de Crespos (Vinhais), muito mais central e, militarmente, melhor posicionada para a defesa da fronteira. Mais tarde, D. Sancho II construiu um castelo à volta do qual foram surgindo algumas casas. Este novo aglomerado passaria a ser sede de Tenência, tendo a referida sede sido transferida de Vale de Janeiro para Vinhais”.
Actualmente, existem na freguesia (inclui Maçaira e Cavages) 102 casas e 66 famílias (dados do presidente da Junta). Segundo o Instituto Nacional de Estatística, a freguesia, com uma área de 14, 98 km², tinha em 2001 153 habitantes, com uma densidade populacional de 10,2 hab. por km².
E pronto, aqui fica o primeiro capítulo de uma história que acabamos por descobrir que é mais rica do que suspeitávamos... Sede de Tenência? Sim Senhor! Quem diria? Juntei uma imagem, tirada do alto da Maçaira, vendo-se ao fundo o monte da Senhora da Saúde onde, segundo o "notável investigador Pinho Leal" (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira dixit), ficava situada a igreja matriz de Vale de Janeiro "em um outeiro cercado de vinhas". Para acompanhar no próximo episódio...


Boa tarde outonal (no Luxemburgo e suponho também lá para aqueles lados...). Há um ditado qualquer sobre um certo tipo de nuvens, farrapos cozidos no céu como um xaile, e que anunciam a mudança do tempo no fim de Agosto, prenunciando frios, chuvas, ventos e outras coisas menos agradáveis mas que me fazem logo pensar nos serões passados a 10 cm do lume e em alheiras com batatas e grelos. Enfim, o lado agradável do Inverno... O lado desagradável eram, por exemplo, os lençóis molhados e tesos de tão gelados. Mas a parte "dormida" tinha as suas coisas agradáveis, a começar pelo saco de água quente ( a ferver!) aos pés da cama ou o peso dos 25 cobertores que eram precisos para não acordar transformado em múmia da Antárctida. E digo "tinha" porque todas estas memórias são sobretudo da casa "velha" (a minha sogra fala daquela casa como de uma pessoa, por isso velha vai entre aspas, para evitar susceptibilidades, da sogra e da casa, claro). A casa "nova", com aquecimento assim, janelas assado e aqueles confortos modernos, não tem estes mimos de aldeia. Bom, para concluir, aqui está uma imagem de um céu destes, tirada no fim de Agosto, o que só prova que estes ditados são sempre verdadeiros!

domingo, 10 de setembro de 2006

Boa Noite atrás dos montes




Fim de festa por hoje. A propósito: as fotos não estão a "sair" muito bem, umas estão demasiado claras, outras continuam a ter problemas de conversão. As chatices informáticas do costume... Bom, a equipa técnica já está em cima do acontecimento e vai rapidamente solucionar o problema. Afinal, ainda só estamos no princípio... Boa Noite!

sábado, 9 de setembro de 2006

Falso alarme



Não se preocupem, o problema da fotografia foi resolvido, era com certeza um problema de ligação à rede. Está tudo bem! Brevemente nesta vossa casa, um pouco da História de Vale de Janeiro e FOTOS DA FESTA DESTE ANO!!!!!! À atenção da primalhada e tiazada amiga: Abel, Miguel, Dália, Joana, Sérgio, Albano e outros que agora esqueço, mailos que por lá estão e que por lá ficarão, agora já sem festa, sem família e com um pouco mais de frio... Segue apenas uma amostra... O Humberto e o Jacinto em grande forma, antecedendo com a gravidade que o momento impõe o andor com a imagem da Senhora da Saúde.

Mau Maria...


Bem, a aventura não começa lá muito bem: a foto da aldeia saiu muito escura e tem problemas de conversão... Vou tentar novamente com outra foto.

Vale de Janeiro está na net!!!!!!



Quem somos, de onde vimos, para onde vamos, são perguntas que obterão resposta lá mais para diante. Agora o que importa é afirmar bem alto que Vale de Janeiro entrou no século XXI! Está na net! Tem um blogue! E para quê, alguém pergunta? Para partilhar com o invisível mundo cibernético algumas das mais belas paisagens de Portugal, estórias, retratos de família, recados, sinais, festas, comeres, beberes, cantares... Aqui se inicia, portanto, uma homenagem singela àquela terra, às pessoas que nela vivem, às que dela partiram e uma celebração de tudo aquilo que ela nos pode dar e algumas ideias daquilo que nós lhe podemos dar...