sábado, 30 de abril de 2011

Exame de botânica

Hoje há teste! Quem acertar nas espécies vegetais todas (mas têm de ser todas) ganha um passeio ao Regueiral! A pé e com direito a banho no fim! Preparados? Aí vai!

 








(Fotografias da colaboradora Helena Santos)

domingo, 24 de abril de 2011

Domingo de Páscoa

A Páscoa pede ouros, cores vivas, brocardos. Aqui não é diferente. Entre um Sol pálido e alguma chuva, encheu-se a Igreja, desejou-se saúde e felicidades. Depois, processionou-se, assim:




sábado, 9 de abril de 2011

O Carnaval do Zé Miguel

Aprendendo a lançar o pião... com uma piona!

Podando a vinha

Assentando pedra com a assistência técnica do Manuel


Nas últimas férias de Carnaval, o Zé Miguel conheceu uns primos saídos das profundezas da numerosa família materna, que num princípio de tarde de Fevereiro chegaram a sua casa para o levar, acompanhado pela avó, conhecer Vale de Janeiro, pequena e recôndita aldeia do interior transmontano onde se encontra uma parte da história da família.

Na verdade, Vale de Janeiro era a terra do seu avô, recentemente falecido e por quem terá certamente sentido grande amor e ternura. Ainda por cima, o avô tinha uma irmã em Vale de Janeiro – a tia Teresa.

Talvez no seu íntimo esta fosse uma forma de homenagear o avô e de lhe provar que era um neto corajoso e destemido, pois, além de entrar em terreno totalmente desconhecido, umas “más-línguas” tinham-lhe dito que aquilo era terra de vampiros e de lobisomens...

A natureza do Zé Miguel começou a revelar-se logo nos primeiros quilómetros da viagem. Além de intervir com pertinência nas conversas, alinhava em todas as brincadeiras, e era um sério interlocutor: sabia adivinhas, conhecia as aves começadas por “A”, por “B”, etc., e desferiu-nos o “golpe de misericórdia” quando, no meio de um jogo sobre substantivos colectivos, ninguém se lembrava do nome que se dá a um conjunto de camelos. “Desistem?” Perguntou com ar triunfante. “Vou dizer: é cáfila!” E assim nos íamos afastando de Lisboa, guiados pela suave condução da Mariana, pelas histórias da tia Etelvina sobre Angola e sob o ouvido atento e o olhar observador do Zé Miguel.

Os últimos 100 quilómetros foram os que mais lhe custaram, mas chegados ao destino, voltou-lhe a energia e de imediato se mostrou à altura da situação.

Pelas primeiras impressões, parece ter ficado agradavelmente surpreendido com a lareira e as escadas da casa.

Os detalhes genealógicos, talvez só os tenha entendido no dia seguinte, quando finalmente estabeleceu todas as conexões familiares: o avô Isaías era irmão da tia Teresa. “-Ah, então a tia Teresa é tua mãe e tu és irmã do Vasco? Então o Vasco também é meu primo?” Ufa! Parece ter ficado aliviado! Resta saber se o alívio seria por ter descoberto mais um primo interessante como o Vasco, ou por ter entendido tudo acerca destes novos primos, ou por ambas as razões.

Talvez tenha tido pela primeira vez a sensação de liberdade absoluta quando fez questão de atravessar sozinho a povoação de um extremo ao outro; contou tranquilamente que viu os dentes afiados de um cãozito e não ligou muito, mas, segundo contou a tia Leonor, o “garoto batia com os calcanhares nas nalgas a toda a velocidade!”.

Por ali se divertiu podando, arrancando pedra, tocando viola, fotografando. Só se queixou por causa do casaco bege, que não quer usar porque, além de ser um rapaz que nunca tem frio, não gosta mesmo nada daquele casaco...

No meio das várias actividades e conversas que foram preenchendo os dias tão agradáveis que ali se passaram, o Zé Miguel lançou para o ar algumas frases e perguntas que soavam nos ouvidos como autênticas bombas…

“Oh Nuno, não é por nada, mas nesta terra só os homens é que trabalham!”
“Oh Lena, tu pensavas que eu era um menino de cidade?”
“Nunca tinha visto tantas estrelas no céu.”
“Não sabia que tinha estes primos.”
“Aprendi a lançar o pião.”
“O Luxemburgo é em Portugal?”
“Não sabia o que era podar.”
“Mas esta casa não é só tua?”
“Sempre gostei de uma casinha de pedra.”
“Se por acaso aparecerem assim umas pessoas de imprevisto, como por exemplo, a minha mãe e o meu pai, o meu irmão e os meus primos, podem dormir aqui nesta casa?”
“Quero cá voltar. Mas posso convidar o meu irmão e os meus primos?”
“Sim, mas, Mariana, acreditas ou não em Deus?”
“Aaaaaiiiii, que não me dão o vinho. “Aaaaaiiiii, que não me dão o garrafão de vinho!”
“Ó Nuno quando é que me ficaste mesmo a conhecer?”


Tudo isto parece banal e nada tem de extraordinário....Mas o caso muda de figura se soubermos que o Zé Miguel tem apenas sete anos (e meio, se faz favor, por correcção de sua senhoria).

Até breve em Vale de Janeiro, não é Zé Miguel?